Por Ana Paula Santos - acadêmica de Jornalismo na Unisul
Na última terça-feira, 28, uma ficção convidada da Mostra de Curtas Mercosul ganhou destaque no palco do FAM [Florianópolis Audiovisual Mercosul]. O curta Mulher Azul é uma narrativa inspirada na obra do escritor Renato Tapado, publicada em 2002. Uma mulher se isola numa casa, em Provence, França, para esperar por não se sabe o quê. Enquanto espera, escreve um diário no qual registra seus estados de alma. As informações vão se revelando através de velhas fotografias, um rápido telefonema e nada mais.
O escritor aprovou o resultado do curta. Destaca a poesia e a beleza da ficção, características da cineasta catarinense, com seu olhar feminino na direção. "Eu gostei muito do filme, a Maria Emilia faz um filme diferente do convencional, se aproxima com o tipo de texto que eu faço. O diretor tem total liberdade de adaptar o livro e fiquei satisfeito com o resultado", conta. Ele ainda revela que Mulher Azul é um diário feminino que não tem exatamente um lugar, mas por uma série de fatores, combinou exatamente com o local onde foi gravado.
Maria Emilia de Azevedo foi encantada pelo diário feminino escrito por um homem, orgulha-se ao dizer que a França a escolheu para rodar o filme e a equipe que se ajudou em todos os momentos, não deixando que os custos e o deslocamento abalassem a produção. "A profundidade da essência feminina, isso me encantou e me chamou muita atenção, alias é um homem escrevendo. O curta era para ser rodado em Buenos Aires e Brasil, mas houve a possibilidade de rodarmos na França e adaptar um pouco o roteiro. Foi uma equipe de documentário, o diretor de fotografia, o produtor executivo, o roteirista, eu e a atriz". A cineasta concentra em seu currículo alguns curtas como Alva Paixão, Um Tiro na Asa e A Coroa. Também foi produtora executiva do filme A Antropóloga.
O coordenador do curso de cinema da Unisul, Marcelo Esteves foi o roteirista responsável pela adaptação do livro ao curta, já foi indicado ao Prêmio da Academia Brasileira de Letras concorrendo na categoria “Adaptação de Literatura Brasileira para o Cinema” e avalia de modo positivo o trabalho.
"A dificuldade é traçar um diário que não tem ações. Só temos as impressões da personagem, então tem que inventar todas aquelas ações para sustentar o texto, um pouco trabalhoso, mas interessante”. A ficção teve duração de 20 minutos, envolvidos de forma poética, romântica e feminina. É possível perceber o que a Mulher Azul sente naquele momento, as reflexões sobre a sua vida traçadas diariamente nas folhas de um caderno.
Os acadêmicos da 5ª fase do curso de Jornalismo da Unisul - disciplina Produção em Impressos - sob a supervisão da professora Raquel Wandelli, estão fazendo a cobertura do FAM como atividade curricular do semestre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário