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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Curtas Competitivos

por Tamires Rodrigues



No penúltimo dia de curtas competitivos do Festival Audiovisual Mercosul, o FAM, teve como o curta brasileiro “Ensaio de Cinema” do diretor Allan Ribeiro e Produção 3 Moinhos. A ficção narra um dia na vida de dois dançarinos que ensaiam uma performance em homenagem ao Cinema Mundial. Esse ensaio de cinema constrói um sentimento de intimidade entre os personagens e a câmera.

A encenação dos dois atores traz uma construção audiovisual em que o elemento sonoro tem uma enorme importância na ficção. E os dois artistas sentados conversam e analisam e repensam sobre a performance e expressam um ao outro como poderiam melhorá-la, pois a ficção nos mostra que nada em frente à câmera é banal.

Esse curta-metragem está sendo bem recebido pelos festivais brasileiros internacionais de cinema. Ao todo, já são dez premiações com essa ficção, e é claro que a mais importante foi a recebida no último dia 12 deste mês no 38º Festival de Cine de Huesca, que venceu o Prêmio Cacho Pallero, na Espanha.

O representante da ficção no evento em Florianópolis, Gatto Larsen, afirma que o curta foi filmado em apenas um único dia, trazendo uma estrutura simples, mas com densidade de emoções e significados.


Enganos Acontecem


O curta competitivo “O Filme mais violento do mundo” de Gilberto Scarpa, não pode ser assistido nesta quinta-feira por conta do diretor ter levado por engano outro filme que já foi premiado no último 13º Festival Audiovisual Mercosul, FAM, “Os filmes que não fiz”.

O curta vencido em 2009 traz como narrador da história o próprio diretor Gilberto. A ficção narra todos os filmes que poderiam ser feitos e na ficção mostra todos os detalhes de como poderia ter feito cada filme. Mas por falta de alguns recursos, nenhum filme foi finalizado.

Com esse engano o público pode rever a grande ficção premiada pela melhor ficção do Festival Audiovisual em Florianópolis. É importante lembrar que o curta competitivo O filme mais violento do mundo continuará na competição, e poderá ser assistido nesta sexta-feira (18).

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O cinema Brasileiro em crescimento

FAM aposta em coleção do CENA

por Tamires Rodrigues





Um dos atrativos da 14ª feira Audiovisual Mercosul em Florianópolis (FAM) na segunda-feira (14/06) foi o lançamento da coleção Indústria Cinematográfica e Audiovisual Brasileira, organizada por Alessandra Meleiro, coordenadora do Centro de Análise do Cinema e do Áudio visual (CENA). Em seu discurso, Alessandra relata que ainda faltam estudos nas universidades brasileiras sobre a economia da cultura e suas especificidades na área audiovisual na qual aponta uma enorme carência de coleta de dados.

A coleção foi organizada pelo Instituto Iniciativa Cultural e a Escrituras Editora, coordenado pela pesquisadora Alessandra. Os três volumes apresentam um panorama sobre o mercado econômico e de políticas publicas voltadas à área cinematográfica. Reúnem artigos de gestores, pesquisadores e profissionais do mercado. Tem como primeiro volume “Cinema e Políticas de Estado: da Embrafilme à Ancine”, que relata a história do cinema brasileiro. Já “Cinema e Economia Política” (volume II), traz um panorama de diversas análises da indústria econômica. Por fim o terceiro volume “Cinema e Mercado” retrata a produção, a exibição e a distribuição na área cinematográfica.



A coordenadora do CENA explica que vivemos um momento de estruturação desde os anos 90, com a criação das leis de incentivo do audiovisual e graças a esses movimentos de instauração política de estado foi possível se estruturar uma produção de longas-metragens no Brasil. E anualmente o país vem tendo uma produção consistente, pois vem lançando uma média de 70 a 90 filmes por ano, o que é significativo.

Hoje no atual mercado cinematográfico brasileiro os incentivos e as regulamentações governamentais desempenham um papel essencial na indústria local. E para a coordenadora o cinema brasileiro é um ranço de reiteradas temáticas que são voltadas à questão da pobreza, da periferia, da exclusão social, como se os cineastas retratassem somente essa fatia do país. Deixam de lado outro pedaço que é o das classes médias e dos que vivem nas grandes metrópoles, que não são especificamente os excluídos, mas um Brasil que não se revela na tela.

“Mas ainda faltam resolver alguns elos dessa cadeia audiovisual, como nas questões de distribuição, de acessibilidade de existência de salas de exibição e onde estão essas salas. Enfim, de alguma maneira se resolveu a questão da produção, mas há aspectos problemáticos como os elos da distribuição e da exibição”, acrescenta Alessandra Meleiro.