FAM aposta em coleção do CENA
por Tamires Rodrigues
Um dos atrativos da 14ª feira Audiovisual Mercosul em Florianópolis (FAM) na segunda-feira (14/06) foi o lançamento da coleção Indústria Cinematográfica e Audiovisual Brasileira, organizada por Alessandra Meleiro, coordenadora do Centro de Análise do Cinema e do Áudio visual (CENA). Em seu discurso, Alessandra relata que ainda faltam estudos nas universidades brasileiras sobre a economia da cultura e suas especificidades na área audiovisual na qual aponta uma enorme carência de coleta de dados.
A coleção foi organizada pelo Instituto Iniciativa Cultural e a Escrituras Editora, coordenado pela pesquisadora Alessandra. Os três volumes apresentam um panorama sobre o mercado econômico e de políticas publicas voltadas à área cinematográfica. Reúnem artigos de gestores, pesquisadores e profissionais do mercado. Tem como primeiro volume “Cinema e Políticas de Estado: da Embrafilme à Ancine”, que relata a história do cinema brasileiro. Já “Cinema e Economia Política” (volume II), traz um panorama de diversas análises da indústria econômica. Por fim o terceiro volume “Cinema e Mercado” retrata a produção, a exibição e a distribuição na área cinematográfica.
A coordenadora do CENA explica que vivemos um momento de estruturação desde os anos 90, com a criação das leis de incentivo do audiovisual e graças a esses movimentos de instauração política de estado foi possível se estruturar uma produção de longas-metragens no Brasil. E anualmente o país vem tendo uma produção consistente, pois vem lançando uma média de 70 a 90 filmes por ano, o que é significativo.
Hoje no atual mercado cinematográfico brasileiro os incentivos e as regulamentações governamentais desempenham um papel essencial na indústria local. E para a coordenadora o cinema brasileiro é um ranço de reiteradas temáticas que são voltadas à questão da pobreza, da periferia, da exclusão social, como se os cineastas retratassem somente essa fatia do país. Deixam de lado outro pedaço que é o das classes médias e dos que vivem nas grandes metrópoles, que não são especificamente os excluídos, mas um Brasil que não se revela na tela.
“Mas ainda faltam resolver alguns elos dessa cadeia audiovisual, como nas questões de distribuição, de acessibilidade de existência de salas de exibição e onde estão essas salas. Enfim, de alguma maneira se resolveu a questão da produção, mas há aspectos problemáticos como os elos da distribuição e da exibição”, acrescenta Alessandra Meleiro.
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