quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cabeça a Prêmio

por Karine Santos



Realizado pela segunda vez na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o Florianópolis Audiovisual Mercosul abriu suas portas para a 14ª edição, que acontece entre os dias 11 e 18 de junho e com recorde de inscrições. Ao todo foram 551 inscritos com produções de 14 países e 20 estados brasileiros. Durante os oito dias de festival foram exibidas 28 produções na Mostra de Curtas 35 mm, 36 produções na Mostra de Vídeos, 21 na Mostra Ifanto-Juvenil e 16 na Mostra de Longas não-competitivos, apresentados no Extra-FAM.


“Recebemos trabalhos com muita qualidade e seria um desperdício deixá-los de fora; então selecionamos 16 deles para serem exibidos no Extra-FAM”, explica Celso Santos, organizador do evento.

A atração mais esperada do festival foi a Mostra de Longas, que deixou a sala de 1.400 lugares do Auditório Garapuvu, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, lotada. As sessões são exibidas sempre às 21 horas e a entrada é gratuita. Cabeça a Prêmio foi o primeiro longa exibido no festival e contou com a presença do ator e roteirista Marco Ricca, que estreou também como diretor.

Ricca é formado em História pela PUC de São Paulo e trabalhou como professor por seis anos, mas acabou descobrindo que essa não era sua vocação. O que ele gostava mesmo era de atuar; já na faculdade juntou-se a um grupo de teatro amador. Em 1993 estreou na televisão na novela Renascer, da TV Globo e desde então não parou mais. No teatro ele contabiliza mais de 30 peças e suas atuações no cinema somam mais de 15 longas-metragens. Participou dos filmes O Invasor, em 2002, Rua 6, sem número, em 2003, O casamento de Romeu e Julieta, em 2004, O coronel e o lobisomem, em 2005. Em alguns desses trabalhos o ator também assume outras funções, como no caso do premiado longa-metragem Crime delicado, em 2005. Em 2006 Marco Ricca participou de O maior amor do mundo e Canta Maria.

Suas atuações lhe renderam prêmios no Festival de Cinema Brasileiro de Miami e uma indicação de melhor ator no Grande Prêmio Cinema Brasil. Nem de longe Cabeça a Prêmio parece trabalho de um diretor estreante. O Filme é denso, repleto de planos abertos que são usados para dar mais força aos personagens. Adaptação da obra homônima de Marçal Aquino, o filme conta a história da família Menezes, envolvida em negócios ilícitos no Pantanal. Um caso de amor e as disputas em negócios levam a família a tomar decisões extremas.






Quando você leu o livro de Marçal Aquino e decidiu fazer o filme quais foram as suas primeiras e grandes dificuldades?

Marco Ricca - Sem dúvida foi o dinheiro, acho que no Brasil essa é a principal dificuldade de fazer cinema. Você tem que pedir apoio em diversos lugares porque só um não é suficiente e para você ter idéia ainda estamos pagando o filme.
Mesmo enfrentando as dificuldades financeiras como você resumiria o que é fazer cinema no Brasil hoje?
Marco Ricca - Eu diria que fazer cinema no Brasil é muito bom. Quando você faz o que você gosta, as dificuldades só deixam mais prazeroso o seu trabalho. E temos grandes profissionais aqui no Brasil. Grandes atores, grandes técnicos. O “povo” faz cinema bem aqui.
Qual a importância de festivais como o FAM e o que você mais gosta nesses festivas?
Marco Ricca - Pra mim é uma honra estar participando do FAM e poder assistir o filme junto com o público. Acho que é em festivais como esse que o cinema cresce e a troca de idéias que rola nesses encontros é muito valiosa para o cinema brasileiro. Agora o que eu mais gosto é de observar a reação do público, porque você faz isso para as pessoas e aqui é muito interessante porque tem um público mais crítico, que entende de cinema.
Quando será o lançamento oficial de Cabeça a Prêmio?
Marco Ricca - O Lançamento será no dia 28 de agosto em todo o Brasil. Enquanto isso estamos participando de diversos festivais, inclusive fora do país. Nesse exato momento o filme está rolando lá em Nova Iorque no Cine Fest Petrobrás Brasil e o Edú (Moscovis) está lá.
Você já tem projetos para dirigir algum novo filme?
Marco Ricca - Eu tenho algumas idéias mas não vou falar porque ainda não está nada certo.
Já pensou em abandonar a carreira de ator para se dedicar somente como diretor?
Marco Ricca - Jamais. Eu gosto muito de atuar. Já produzi mais de 30 curtas e não atrapalhou em nada a minha carreira de ator. Como diretor não será diferente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário