Por Laís Campos Moser
Refletir sobre as questões que envolvem o mercado cinematográfico e também o de outras manifestações culturais como música, arte, literatura etc., passa também pela discussão da economia da cultura. O economista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Leandro Valiati, um dos organizadores do livro Economia da Cultura: bem-estar econômico e evolução cultural, esteve presente no 14º Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM) pontuando o assunto.
Para Valiati confunde-se muito no país instrumento de política pública com a própria política pública: “Lei de Incentivo, Lei Rouanet, Lei do Audiovisual são instrumentos válidos, importantes, mas não podem ser a política de Estado”, ressaltou.
O economista acredita que o Brasil é um mercado em potencial para o consumo da cultura, já que no último trimestre o país cresceu 9%, uma taxa comparada à da economia chinesa. “As pessoas estão com mais renda, com mais dinheiro para consumir cultura”, afirmou. Entretanto, o país remete ao mercado exterior quase um bilhão de reais por ano em royalties de filmes estrangeiros que aqui são exibidos: “E isso é dinheiro nosso. Percebe-se a diferença entre o que foi enviado de remessa para fora e o que voltou dos nossos produtos culturais. É um déficit absurdo, que não tem comparação, de mais de 2000%. Em um país absolutamente rico em diversidade cultural, é um baita potencial jogado fora”, afirmou Leandro Valiati.
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