segunda-feira, 21 de junho de 2010

Encontro das Film Comissions termina com resultado positivo

por Carlos Eduardo Duarte

Junto ao Fam e todos os filmes e debates e fóruns e tudo mais que rolou nesses últimos dias na Ufsc, uma discussão importante para os “fazedores de cinema também estava em pauta. Era o I Encontro de Film Comissions da América Latina, que aconteceu no hotel Maria do Mar, no dia 11, 12 e 13 de junho.


O que é uma Film Commission?


As film comissions servem como facilitador para produções audiovisuais. Elas existem em todo o mundo e ditam as regras e os mecanismos necessários para uma produção. Promovem e divulgam a região em que será filmado o projeto servindo como órgão incentivador para o desenvolvimento da infraestrutura que as regiões possuem. Serve como um olheiro, que busca lugares propícios, de paisagem, facilidade de acesso. São instituições sem fins lucrativos, constituída pelo poder público federal, estadual e municipal e por entidades representativas do setor de turismo e cultura.

Essas possibilidades de negócios foram discutidas por vários países da América Latina como México, Chile, Argentina e Panamá. A idéia de “intercâmbio sem fronteira”, facilidades para coproduções internacionais e estratégias para impulsionar o crescimento e desenvolvimento da indústria e do turismo audiovisual na América Latina.

Mário Parente, coordenador de relações do Mercosul, resumiu o evento como “altamente positivo”. Para ele, a participação das comissões de outros países latino-americanos engrandeceu ainda mais o evento servindo como meio incentivador para criação de uma Film Comission aqui no estado.

A idéia é que o evento se repita anualmente, assim como o FAM, e que possa ser uma linha de apoio para continuar com uma política de desenvolvimento nessa troca de experiências, entre film comissions privadas e públicas. “A construção de uma linha de trabalho para consolidar mais um passo das produções audiovisuais é importante para que outras cidades se interessem e outras comissões sejam criadas”, conclui Parente.

Produções audiovisuais são sucesso no FAM

Os curtas da segunda feira, 14, foram do repente ao apagão da Ilha de Santa Catarina com o curta Blackout. Mas o que chamou mais a atenção dos espectadores foi o curta Bailão apresentado através de depoimentos de senhores homossexuais. No Bailão eles poderiam ser eles mesmos, com seus trejeitos, suas vontades seus desejos mais íntimos.

Em quase 17 minutos de curta, Marcelo Caetano o diretor do documentário Bailão, se uniu a senhores homossexuais sedentos por liberdade e vida, para mostrar a história de uma boate gay, que recebia pessoas de todos os tipos, todas as raças, mas principalmente coroas com urgência de vida, como o próprio diretor define em seu enredo.

Essa urgência, causada pela vida escondida atrás de máscaras masculinas e de um medo social de exclusão e repressão, causa, na melhor das palavras, um estranhamento, unido a uma alegria e um sentimento de alívio tanto de quem assiste como de quem vive aquele drama.

O local das histórias é o Bailão, boate escura com dançarinos abraçados ou encostados no bar. As imagens são de realização. Quando sai da Boate, a câmera já mostra o outro lado. O da solidão. Dá para pensar então que o bailão é o refúgio e que esse refúgio é uma outra vida, a tão sonhada, a do antes tarde do que nunca.

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