sábado, 2 de julho de 2011

INCENTIVO À CULTURA

Por Madalena Giostri, estudante de Jornalismo da Unisul

O Florianópolis Audiovisual Mercosul atraiu outra vez os admiradores do cinema à Capital na última semana de junho, quando comemorou 15 anos de história. Em 1997, a Panvision deu vida ao FAM com o objetivo de promover a descentralização e democratização da oferta de bens culturais à população. A gratuidade de todas as sessões tem o objetivo de promover a formação de público e o fortalecimento da cidadania cultural.
O FAM consolidou seu lugar no âmbito regional do cinema experimental. Incentivando novas produções ele engloba tanto os envolvidos na arte do fazer cinema quanto os que visitam o festival para apreciar filmes nada comerciais. Durante a semana,  25 mil pessoas passam pelas salas de cinema da UFSC. Durante a manhã foram ofertadas oficinas para o público, e na parte da tarde mostras infantojuvenis atraíram crianças de praticamente todas as escolas da região. À noite o público apreciou a exibição de curtas e longas selecionados.

A Panvison é uma Associação Cultural criada com a proposta de desenvolver uma série de atividades culturais na área do audiovisual. Através de leis de incentivo à cultura, a associação capta recursos junto a empresas apoiadoras do seu projeto. Para a realização do evento, uma equipe é formada desde o mês de agosto do ano anterior. São mais de 80 pessoas trabalhando juntas para que o resultado seja o melhor possível. "É muito bacana ver as coisas acontecerem. O mais legal da produção é ver uma idéia surgir, moldá-la e fazê-la acontecer. O resultado do trabalho acaba sendo concreto com o retorno do público", diz Flávia, produtora executiva do projeto.

Em sua 15ª edição, o FAM mostrou por que é o festival mais importante de cinema da região. Durante a semana foram montadas oficinas, exibições audiovisuais e fóruns como lugar de discussão sobre as políticas públicas, debates sobre cultura e estética na produção audiovisual, trocas de experiências entre autoridades ligadas ao setor e realizadores, integração e intercâmbio de idéias e projetos cinematográficos.
Pedro MC, um dos produtores do FAM, expõe sua opinião sobre a nova era do cinema digital: "Quanto mais tivermos acessibilidade, melhor. No Brasil, a TV a cabo é uma das mais caras do mundo. A televisão aberta é monolítica, não tem espaço para experimentação. O digital tem essa flexibilidade, mas não temos uma janela de edição e não há como escoar o que fazemos apesar da produção boa. A questão não é técnica, não é filmar em película digital, a questão é onde exibir e criar um sistema fechado de exibição."

Na sexta, primeiro de julho, encerrou-se o Florianópolis Audiovisual Mercosul. A premiação mobilizou dois júris: o popular e o oficial. O popular, como já diz, é a avaliação do público na categoria de melhores curtas e longas exibidos durante a semana, enquanto o júri oficial é integrado por convidados que trabalham na área do cinema e dão o parecer técnico na hora de avaliar o vencedor.

O FAM possibilita que seus apoiadores e associados divulguem seus trabalhos paralelos durante a semana de mostras. "Todos os anos a Cinemateca ganha seu espaço no festival para divulgar as produções catarinenses e fazer propaganda de seus dois espaços, um situado no centro de Florianópolis e o outro na Lagoa da Conceição", explica Gabriela Bresola, secretária executiva da Cinemateca.

Outro estande que ganhou espaço durante o festival foi o da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina). Desde 1999, o curso de cinema da Unisul mantém um projeto pedagógico sólido que incentiva a participação de seus alunos com as produções desenvolvidas a título de conclusão e de disciplinas e do curso em festivais como o FAM. Alguns trabalhos já foram exibidos em festivais internacionais e outros têm como seu primeiro festival o FAM. "O curso de cinema está muito presente no principal festival de cinema que acontece na nossa cidade nos bastidores e no palco", relata Marcelo Esteves, coordenador do curso de cinema da UNISUL.

As inscrições para o próximo FAM abrem em janeiro de 2012. Quem tiver uma produção que atende ao regulamento do festival pode ter seu filme exibido e quem sabe ser até o vencedor. O público que participa do FAM quer ver acontecer. Filmes que não passam em circuito comercial ganham seu espaço em festivais como esse que incentiva novas produções e novas linguagens na arte de fazer cinema. 

Os acadêmicos da 5ª fase do curso de Jornalismo da Unisul - disciplina Produção em Impressos - sob a supervisão da professora Raquel Wandelli, estão fazendo a cobertura do FAM como atividade curricular do semestre.

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